INFECÇÕES POR ANAPLASMATACEAE EM CÃES DOMICILIADOS NA CIDADE DE NITERÓI – RJ ATENDIDOS NO HUVET-UFF
Autor(es): Tainá de Castro Ribeiro, Álisson Meshala de Aguiar Britto, Luiza Marques Gonçalves, Eloy da Silva Seabra Junior, Maelly Emiliano da Silva Batista, Nádia Regina Pereira Almosny, Daniel de Barros Macieira |
Infecções por membros da família Anaplasmataceae causam uma doença altamente variável e multissistêmica. Tal quadro dificulta o diagnóstico e por consequência o tratamento. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo verificar a ocorrência de infecções por membros desta família em cães atendidos no HUVET-UFF durante um período de 12 meses, identificando fatores associados à presença da infecção. Foram obtidas 336 amostras coletadas entre maio/2011 e fevereiro/2012 distribuídas uniformemente nas estações do ano, durante a rotina de atendimento. Realizados os hemogramas, o DNA das amostras foi extraído e armazenado para a posterior realização de PCRs específicas para a região 16SrRNA do DNA de membros da família Anaplasmataceae. Os resultados foram analisados estatisticamente através dos testes de Qui-Quadrado e Exato de Fisher (quando aplicável) ou Mann Whitney. Dezoito dos 336 animais avaliados (5,36%; IC95% 3,21 – 8,33) estavam positivos para o DNA pesquisado. Não houve variação entre os achados de positividade para Anaplasmataceae e a estação do ano (p=0,932). Dentre os 18 animais infectados, 13 (72,2%) eram machos (p=0,35). A maioria dos animais cujo DNA pesquisado foi encontrado era sem raça definida (10/18; 58,8%; p=0.010). Não houve diferença significativa (p> 0,05) entre os seguintes fatores, quando comparados animais positivos e negativos para a presença de DNA de Anaplasmataceae: condição corporal, presença de ectoparasitos, acesso ao ambiente externo, coabitar com outros cães, viver em casa ou apartamento, condição de pelo/pelagem, mucosas e presença de febre. Dos componentes do hemograma, volume globular (p=0,002), hematimetria (p=0,014), hemoglobinometria (p=0,001) plaquetometria (p<0,001) estavam significativamente reduzidos nos animais positivos. Animais positivos para o DNA de Anaplasmatacea apresentavam contagem absoluta de monócitos e concentração de proteínas plasmáticas totais maiores que os negativos (p=0,028 e 0,043 respectivamente). Membros da família Anaplasmataceae circulam na região estudada, sendo necessários estudos complementares que identifiquem e caracterizem molecularmente as espécies aqui envolvidas. |