EFICÁCIA DA COMPOSTAGEM NA ESTABILIZAÇÃO PARASITOLÓGICA DE COMPOSTOS DE LODO DE ESGOTO URBANO
Autor(es): Liza ogawa, Leopoldo Sussumu Matsumoto, Roberta dos Santos Toledo, Jonatas Campos de Almeida, Victor Bittencourt Dutra Tabacow, Fernanda Maria de Oliveira Dias, Silvia Cristina Osaki, Regina Mitsuka Breganó, João Luis Garcia, Roberta Lemos Freire, Italmar Teodorico Navarro |
O presente trabalho objetivou a higienização parasitária de compostos do lodo de esgoto urbano (LE) com resíduos agroindustriais e urbanos. Os tratamentos (T) do LE foram misturados com bagaço de cana de açúcar (BC), poda de árvore (PA), cama de frango (CF) e aparas de grama (G), de acordo com a relação Carbono/Nitrogênio próximo a 30/1, na proporção de T1 (LE+BC, 1:1,5), T2 (LE+BC+PA, 1:2:1,5), T3 (LE+BC+G, 1:2,5:1), T4 (LE + BC + CF, 1:3:1) e T5 (LE + BC + PA + G, 1:2:0,5:0,5). Durante 280 dias de compostagem a temperatura foi aferida diariamente, e as amostras foram coletadas a cada 15 dias para pesquisa de ovos de helmintos (técnica de Yanko), e mensalmente, para pesquisa de (oo)cistos (técnica de centrífugo-flutuação em sacarose e sulfato de zinco) e de material genômico (Nested-PCR e sequenciamento) dos protozoários Cryptosporidium spp e Giardia spp. A análise dos resultados permitiu observar que as temperaturas máximas aferidas na fase termofílica dos compostos variaram entre 55 a 64,8◦C e, aos 280 dias apresentaram redução do peso em 27% (T1), 48% (T2), 63% (T3), 66% (T4) e 64% (T5). Em todos os tratamentos houve inviabilização de ovos de helmintos, ausência de (oo)cistos de protozoários pelas técnicas convencionais e, após o sequenciamento, apenas duas amostras do T4 e T5 exibiram identidade genômica para G. duodenalis. Conclui-se que a alta temperatura na fase termofílica na compostagem promoveu a inviabilização dos microrganismos patogênicos em limites exigidos pela legislação, sendo relevante a pesquisa da viabilidade de protozoários nos compostos, para garantir um produto final seguro à saúde humana e animal. |