ATUALIZAÇÃO DA OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE AMBLYOMMA E PARASITISMO HUMANO NO RIO GRANDE DO SUL
Autor(es): José Reck, Ricardo Ott, Thais Michel, Ugo Souza, Anelise Webster, Marcelo Labruna, Guilherme Klafke, João Ricardo Martins |
O gênero Amblyomma compreende mais de 100 espécies de carrapatos. No Brasil, as espécies de Amblyomma apresentam distribuição distinta dentro dos diferentes biomas. No Rio Grande do Sul (RS) existem registros confirmados de dez espécies de Amblyomma (A. aureolatum, A. calcaratum, A. dubitatum, A. fuscum, A. longirostre, A. nodosum, A. ovale, A. rotundatum, A. tigrinum, A. triste), através de espécimes depositados em coleções científicas de referência. O objetivo deste trabalho foi ampliar as informações de distribuição e hospedeiros das espécies de Amblyomma do RS e registrar a ocorrência de mais três espécies sem registros prévios confirmados no Estado: A. incisum, A. brasiliense e A. parkeri. Os dados são oriundos de vigilância ativa e passiva do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF) e da Fundação Zoobotânica (FZB). Os espécimes foram depositados na Coleção Estadual de Referência do IPVDF. Machos e fêmeas adultos de A. incisum e A. brasiliense foram coletados na vegetação no Parque Estadual do Turvo, região Noroeste do RS. Os casos de parasitismo humano incluíram registros por A. aureolatum, A. dubitatum e A. parkeri na região metropolitana de Porto Alegre e A. incisum no Noroeste do RS. Ademais, os registros indicam que A. ovale é uma espécie presente em carnívoros na região noroeste do RS (bioma Mata Atlântica), mas pouco frequente em outras áreas do Estado. Já A. tigrinum tem sido encontrado com frequência em canídeos na região Sudoeste do RS (fronteira com Uruguai, bioma Pampa). Os registros de A. aureolatum indicam que esta espécie é amplamente distribuída em carnívoros silvestres e domésticos no RS, inclusive em ambiente peri-urbanos. Os resultados ampliam para treze o número de espécies de Amblyomma com registros confirmados no RS e aumentam as informações eco-epidemiológicas sobre estes carrapatos, sua distribuição, hospedeiros e casos humanos. |