ANAIS 2014
LEISHMANIOSE VISCERAL EM GATOS DOMÉSTICOS COM E SEM SINAIS CLÍNICOS PROCEDENTES DE REGIÃO ENDÊMICA
Autor(es): Maria Fernanda Alves Martin, Mirian dos Santos Paixão, Diogo Tiago da Silva, Maria Luana Alves, Michely da Silva Tenório, Wesley José dos Santos, Lívia Maísa Guiraldi, Wilma Aparecida Starke Buzetti, Simone Baldini Lucheis

LEISHMANIOSE VISCERAL EM GATOS DOMÉSTICOS COM E SEM SINAIS CLÍNICOS PROCEDENTES DE REGIÃO ENDÊMICA
» Área de pesquisa: PROTOZOOLOGIA
» Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP
» Agência de fomento e patrocinadores: FAPESP
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose de relevância epidemiológica que acomete o homem e outras espécies de mamíferos silvestres e domésticos, de forma crônica e com diversas manifestações clínicas. No Brasil, há poucos estudos sobre a epidemiologia e clínica da doença em gatos domésticos (Felis catus) quando comparado a canídeos, em que está bem estabelecido o caráter desta enfermidade. Considerando a importância da LV para a saúde pública, este estudo teve por objetivo associar a presença de sinais clínicos em gatos provenientes de área endêmica para LV com diagnósticos parasitológicos (hemocultura), sorológicos (RIFI, ELISA-ES e ELISA-rK39) e molecular (PCR) para Leishmania spp. Foram coletadas 55 amostras de sangue de gatos mantidos pela Associação Protetora de Animais (APAISA) no município de Ilha Solteira, São Paulo. Foram observados sinais clínicos compatíveis com os descritos na literatura de gatos infectados por Leishmania spp. em 54,5% dos animais (30/55), tais como alopecia em 27,3% (15/55), emagrecimento em 21,8% (12/55), lesões na orelha em 18,2% (10/55), no focinho em 3,6% (2/55) e de pele em 23,6% (13/55), sendo que 42,3% (26/55) destes apresentaram alterações clínicas juntamente com o diagnóstico positivo para Leishmania spp. em pelo menos um dos testes realizados. É importante ressaltar que 7,3% dos animais (4/30) apresentaram sinais clínicos, mas não foram positivos em nenhum dos testes. Dos 25 animais (45,5%) que não apresentaram sinais clínicos, 76% (19/25) foram positivos em pelo menos uma técnica diagnóstica. Desta maneira, é importante a associação do diagnóstico com os aspectos clínicos do animal, principalmente em áreas endêmicas, e também sinalizar para a importância de gatos assintomáticos como portadores da leishmaniose, fato comum em cães. Assim sendo, torna-se necessário mais estudos para esclarecer a importância dos gatos domésticos na cadeia epidemiológica das leishmanioses, e para a tomada de medidas preventivas para o controle desta zoonose.