Muitas variáveis podem afetar a riqueza de Streblidae. O baixo número de espécies de morcegos e indivíduos capturados, bem como as diferenças do esforço de captura entre os estudos podem determinar essas variações, que regionalmente podem ser afetadas por clima, vegetação e altitude. O objetivo deste trabalho foi descobrir quais os parâmetros promoveram as maiores riquezas e abundâncias de Streblidae a partir de trabalhos publicados entre 1999 e 2014 no território brasileiro. Vinte e cinco trabalhos foram catalogados.Somente foram considerados os trabalhos com características de inventários.Como Streblidae apresentam elevada associação com morcegos Phyllostomidae optou-se em considerar os dados referentes aos Streblidae parasitando apenas morcegos Phyllostomidae. Nos trabalhos selecionados, o número de noites de amostragens variou de 6 a 108 (média=40.29 ± 23.79) e o esforço amostral de 5400 a 194400m²*h (média=6309 ± 60191).Essa grande variação não permitiu haver relação nem com os parâmetros de Streblidae nem com os dos morcegos. Os trabalhos que apresentaram as maiores riquezas de morcegos (média=11.93 ± 5.80)foram os que apresentaram os maiores valores da abundância dos hospedeiros e consequentemente do número de morcegos infestados. A riqueza de Streblidae apresentou relação positiva com a riqueza de Phylllostomidae (n=15, F= 55.18, p <0.0001, r = 0.90, y=-1.1383+1.1457x) explicando 80% da variação do número de espécies de Streblidae. A riqueza de espécies de Streblidae também foi relacionada com o número de indivíduos de Streblidae (mediana=174.5) (n=15, F=32.59, p=0.0002, r=0.85, y=7.875+0.0134). Alguns trabalhos associaram a baixa riqueza e abundância de Streblidaeao baixo esforço de coleta, estresse climático, impacto ambiental e ao tipo de vegetação, além da baixa riqueza de morcegos. É possível concluir que esses fatores atuam sobre morcegos e se refletem nas moscas, demonstrando a elevada especificidade de Streblidae. |