REINFESTAÇÃO DE ÁCAROS CHIROPTONYSSUS HAEMATOPHAGUS (GAMASIDA: MACRONYSSIDAE) EM MOLOSSUS RUFUS (CHIROPTERA: MOLOSSIDAE)
Autor(es): Elizabete Captivo Lourenço, Priscilla Maria Peixoto Patricio, Kelly Regina Freitas Freire, Luiza Carvalho Prado, Kleiton Henrique Ivanchuk, Clara Sardinha, Kátia Maria Famadas |
A abundância de ectoparasitos pode variar de acordo com idade, sexo, refúgio, tamanho do corpo e hábitos alimentares de seus hospedeiros, entre outros fatores. Estudos sobre reinfestação podem esclarecer tanto a especificidade dos ectoparasitos como a variação da abundância dos mesmos em relação a seus hospedeiros. O objetivo deste trabalho foi analisar a variação da prevalência de ectoparasitos emMolossusrufusem refúgio localizado num oco desibipiruna (Caesalpinia pluviosa Benth.) situadono bairro do Tinguá, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. O refúgio foi amostrado nas datas: 16/10/2013, 13/12/2013, 31/01/2014 e 21/03/2014. Os morcegos foram capturados através redes de neblina, marcados com anilhas de antebraço e seus ectoparasitos armazenados em frascos com etanol 70%. Sessenta e duas capturas de M. rufusforam realizadas, totalizando 39 indivíduos e 23 recapturas. Das capturas, 90,32% apresentaram-se parasitados por Chiroptonyssus haematophagus (Macronyssidae). Na primeira coleta, 92,30% (n=26) apresentavam-se parasitados; na segunda, 100% (n=9) parasitados; na terceira, 77,78% (n=18) e na quarta coleta 100% (n=9). Somente um indivíduo foi capturado em todas as amostragens, estando parasitado em todos os eventos. Cinco indivíduos foram capturados em três amostragens, sendo três parasitados em todos os eventos; dezindivíduos emduas amostragens, sendo que sete estavam parasitados em todas as coletas. Vinte e três estavam pressentes em somente uma coleta, sendo 21 parasitados. Apenas um indivíduo recapturado de M. rufusna terceira coleta não se apresentou continuamente parasitado e somente três indivíduos previamente parasitados não se apresentaram infestados. Provavelmente quando os morcegos voltam ao refúgio, após serem retirados seus ectoparasitos, acabam se re-infestandocom novos ectoparasitos que se encontravam no refúgio e com aqueles de morcego que não foram capturados. Conclui-se que a prevalência de C. haematophagus não é inversamente proporcional ao número de amostragens, apresentando-se razoavelmente constante em todas elas. |