A leishmaniose visceral (LV) é um problema de saúde pública em diversas partes do mundo. O Brasil é responsável por cerca de 90% dos casos notificados na América do Sul. Com a mudança no perfil epidemiológico da leishmaniose, que se tornou altamente prevalente em vários centros urbanos, os cães são considerados os principais reservatórios da doença. Até o ano de 2012 a ocorrência da doença não havia sido notificada no município de Lavras – MG. A partir de 2013, teve início a investigação sobre o status epidemiológico da LV no município. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo realizar um estudo retrospectivo documental dos casos de LV canina (LVC) atendidos e notificados no Hospital Veterinário de Ensino da Universidade Federal de Lavras (HV/UFLA), no período de janeiro de 2012 a maio de 2014. Foram coletadas informações referentes a método de diagnóstico, raça, idade, sexo e procedência do animal. À análise dos resultados verificou-se um total de 31 casos positivos confirmados por meio da sorologia pareada (Imunocromatográfico, ELISA e RIFI). A idade dos animais variou entre um e 14 anos, e não foi verificada correlação direta entre raça, sexo, idade e positividade. Na análise temporal, verificou-se três animais positivos em 2012, 22 em 2013 e 6 em 2014 (até o mês de maio). Destes, 28 foram eutanasiados, de acordo com o que preconiza o Ministério da Saúde. Os resultados do presente estudo indicam um aumento expressivo no número de casos de LVC atendidos no HV/UFLA, o que sugere a necessidade de um acompanhamento epidemiológico e a proposição e implantação de medidas de controle eficientes. |