ANAIS 2014
PREVALÊNCIA DE LEISHMANIOSE VISCERAL EM FELINOS DO BAIRRO DO CAJU, RIO DE JANEIRO.
Autor(es): Sântila Antunes Cardoso Bravo, Luiz Cláudio de Souza Abboud, Patrícia de Souza Jesus Coelho

PREVALÊNCIA DE LEISHMANIOSE VISCERAL EM FELINOS DO BAIRRO DO CAJU, RIO DE JANEIRO.
» Área de pesquisa: DOENÇAS VETORIAIS
» Instituição: Universidade Federal Fluminense
» Agência de fomento e patrocinadores: Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro
A leishmaniose é a segunda protozoonose mais importante da atualidade, sendo o cão o principal reservatório doméstico do parasito. Os gatos eram considerados hospedeiros acidentais da Leishmania sp, entretanto o aumento do número de casos sugere que eles podem desempenhar papel importante na epidemiologia da doença. O objetivo deste estudo foi verificar a presença de anticorpos anti-Leishmania sp em gatos domésticos residentes no bairro do Caju-RJ, região endêmica para leishmaniose visceral (LV), bem como evidenciar formas amastigotas do parasito no exame parasitológico direto de lesões cutâneas. Foram coletadas amostras de sangue de 54 gatos, de diferentes raças e idades, processadas no laboratório de Parasitologia da Unidade de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, para obtenção de alíquotas de soro e realização da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI). Nos gatos com lesões cutâneas, o material foi coletado através de impressão (imprint) em lâminas de microscopia, em duplicata, para posterior exame direto. Dos 54 soros analisados, 18 (33,3%) foram soropositivos, com títulos de anticorpos variando entre 1:20 e 1:80, sendo 6 (33,3%) com título 1:20, 7 (38,9%) com 1:40 e 5 (27,8%) animais com 1:80. Nos 12 gatos com lesões cutâneas, 8 (66,7%) foram soropositivos pela RIFI. Formas amastigotas do parasito não foram encontradas pelo exame parasitológico direto, mostrando ser uma técnica pouco sensível, entretanto, na lâmina de três gatos foram observadas estruturas leveduriformes compatíveis com Sporothrix schenckii. As lesões cutâneas foram sinais relevantes para o reconhecimento dos gatos doentes, e sugere-se a inclusão de pesquisa para leishmaniose como diagnóstico diferencial da esporotricose nos gatos que residem em regiões endêmicas para LV. Conclui-se que os gatos domésticos da região estudada estão entrando em contato com o parasito e desenvolvendo anticorpos anti-Leishmania sp. Mais pesquisas devem ser realizadas para conhecer a resposta imune dos gatos frente ao parasito e estudá-los como possíveis reservatórios da doença.