Toxoplasma gondii, protozoário de elevada importância zoonótica, possui como hospedeiro final os felídeos, únicos capazes de eliminar os oocistos através das fezes e, os demais animais homeotérmicos são considerados hospedeiros intermediários. Dentre estes incluem diversas espécies de mamíferos marinhos, tais como: lontra do mar, foca e golfinho. Acredita-se que a contaminação destes ocorra pela ingestão de oocistos esporulados no mar, decorrentes de esgotos, drenagens pluviais e escoamentos de água de chuva, os quais acabam carreando oocistos, para o ambiente marinho. Os bancos de areia e baías próximos aos centros urbanos são os locais mais expostos ao parasito. Os moluscos bivalves, apesar de não serem homeotérmicos, podem atuar como hospedeiro transportador de oocistos de T. gondii através do processo de filtro alimentação. No presente estudo, objetivou-se detectar através das técnicas de PCR e nested-PCR, DNA de Toxoplasma gondii em ostras Crassostrea rhiziphorae na região do Litoral Sul da Bahia, Brasil. No total, 624 ostras foram coletadas e dissecadas para a separação das brânquias e glândulas digestivas. Cada tecido foi agrupado em pool de três animais, totalizando 416 amostras experimentais a serem analisadas, sendo 208 de cada tecido. A análise molecular utilizando a técnica de PCR baseada na detecção do fragmento repetitivo AF146527 apresentou resultado negativo em todas as amostras. Através da técnica de nested-PCR, para detecção do gene SAG-1, 17 pools foram positivos, sendo as brânquias o tecido com maior detecção do parasito. A positividade foi confirmada através do sequenciamento das amostras. Sugere-se dessa forma que as ostras C. rhizophorae são capazes de filtrar e reter oocistos de T. gondii nos seus tecidos, sendo um risco para a saúde pública, caso venha a consumir a ostra como alimento in natura. |