Hemoparasitos de aves, domésticas ou silvestres, são considerados importantes agentes etiológicos e podem causar danos nas populações dos hospedeiros. O objetivo do presente estudo foi determinar a parasitemia e prevalência de infecção por hemoparasitos em aves silvestres do Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, um remanescente de Mata Atlântica da Zona da Mata Mineira. Amostras de sangue foram obtidas por punção da veia braquial para preparação de esfregaços que foram secados ao ar, fixados em metanol e corados em Giemsa. Para cálculo da prevalência e parasitemia foram analisados 100 campos (10 ocular X 100 objetiva) ao microscópio fotônico. Foram amostradas 104 aves de diferentes espécies das ordens Accipitriformes, Apodiformes, Passeriformes, Pelecaniformes e Piciformes. A prevalência total de infecção foi estimada em 50,9 % (53 indivíduos). A prevalência total para Plasmodium spp. foi 42,3% e as formas evolutivas encontradas foram trofozoítos, esquizontes, macrogametócitos e microgametócitos. Foram observados ainda Haemoproteus spp. com prevalência de 1,9%, Trypanosoma spp. (9,6%) e microfilárias (14,4%). A parasitemia média de infecção encontrada para Plasmodium spp. foi 0,07 ± 0,09 %, a maior parasitemia registrada foi na espécie Turdus rufiventris (0,46%), seguida por Turdus amaurochalinus (0,33%) e Tachyphonus coronatus (0,13%). A ocorrência de parasitismo é considerada alta, entretanto verificou-se uma baixa parasitemia, o que pode estar relacionado a um status crônico de infecção. Infecções agudas por Plasmodium spp. levam ao aparecimento de sinais clínicos com expressão rápida dos sintomas, sendo que nos casos mais graves pode ocorrer a morte do hospedeiro. Levantamentos acerca da prevalência e parasitemia de hemoparasitos em aves silvestres podem ajudar na elaboração de estratégias de profilaxia e tratamento de doenças parasitárias para a conservação das espécies. |