A malária aviária é uma doença decorrente de protozoários dos gêneros Plasmodium e Haemoproteus, os quais são transmitidos por dípteros hematófagos. A infecção na maioria das vezes é assintomática, mas pode causar desequilíbrio na relação parasito-hospedeiro podendo ser fatal para populações de aves. O objetivo do presente estudo foi determinar a ocorrência de Haemoproteus spp. e Plasmodium spp. em aves silvestres da zona rural do distrito de Caeté, município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Amostras de sangue de 81 aves das ordens Passeriformes e Columbiformes foram coletadas para realização de esfregaços sanguíneos, que foram fixados em metanol, corados em Giemsa e analisados sob microscópio fotônico. Verificou-se a presença de trofozoítos, esquizontes, macrogametócitos e microgametócitos de Plasmodium spp., com prevalência total de 67,9% e parasitemia média de 0,062% (DP ± 0,063). Para o gênero Haemoproteus observou-se uma prevalência de 12,3% e parasitemia média de 0,32% (DP ± 0,41). A prevalência total encontrada foi alta comparada a outros estudos realizados na Mata Atlântica. A maior prevalência por Plasmodium spp. foi registrado na família Turdidae (88,2%) com parasitemia média de 0,084% (DP ± 0,09) na espécie Turdus rufiventris, o que pode estar relacionado ao seu hábito generalista, uma vez que esta espécie ocupa diferentes nichos, inclusive urbanos, o que a deixa mais exposta aos parasitos e seus vetores. Columbina talpacoti e Leptotila verreauxi foram as únicas espécies parasitadas por Haemoproteus spp. As espécies T. rufiventris, C. talpacoti e L. verreauxi parecem ser portadores assintomáticos da malária aviária, uma vez que não apresentaram sintomas aparentes desta doença, entretanto, podem atuar como fontes de infecção para espécies mais susceptíveis. |