DETECÇÃO MOLECULAR E SOROLÓGICA DE LEISHMANIA (L.) INFANTUM CHAGASI, NO ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL
Autor(es): Andréa Pereira da Costa, Francisco Borges Costa, Herbert Sousa Soares, Diego Garcia Ramirez, Rita de Maria Seabra Nogueira de Candanedo Guerra, Solange Maria Gennari, Arlei Marcili |
A leishmaniose visceral canina é um grave problema de saúde pública com caráter endêmico. O cão, considerado o reservatório doméstico, desempenha importante papel devido ao parasitismo de pele e a proximidade com o homem e os pequenos mamíferos, especialmente pela manutenção do parasita na enzootia silvestre. O presente estudo tem por objetivo conhecer a magnitude da infecção por Leishmania infantum chagasi no Estado do Maranhão e os reservatórios silvestres do parasito em diferentes biomas, através do diagnóstico parasitológico, sorológico e molecular. Foram amostrados animais dos biomas Baixada Maranhense, Manguezal, Mata dos Cocais, Amazônia, Cerrado e Restinga (160 cães por ecossistema). Para captura de pequenos mamíferos silvestres foram utilizadas armadilhas Shermman e Tomahawk e redes de neblina para os morcegos. Para o isolamento de parasitas, os cães foram submetidos à punção aspirativa do linfonodo poplíteo e os animais silvestres à punção de sangue total, que foram semeados em meio bifásico (BAB/LIT). As análises sorológicas foram realizadas pelo teste rápido DPP (DPP- BIOMANGUINHOS) e RIFI. Foram realizadas 960 punções de linfonodo em cães, que resultaram em 0,73% (7/960) de amostras positivas na cultura e dois isolados criopreservados. Análises filogenéticas, baseadas nos genes SSUrDNA e gGAPDH e inferidas pelos métodos de Parcimônia e Bayesiana, posicionaram e identificaram os isolados como L. infantum chagasi. A sorologia, baseada no teste rápido, demonstrou a positividade de 15,4% (148/960) e pela RIFI 13,1% (126/960) foram positivos, sendo os cães dos biomas Mata dos Cocais e Amazônia os mais prevalentes. Em relação aos animais silvestres, um morcego (Pteronotus parnellii) foi positivo na PCR de baço e fígado e o sequenciamento do gene SSU rDNA identificou a amostra como L. infantum chagasi. A detecção de morcegos positivos alerta para a possibilidade de participação de hospedeiros não canídeos nos ciclos de transmissão da doença, sendo necessários mais estudos para confirmar esta hipótese |