A mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) tornou-se um sério problema à bovinocultura de corte em áreas próximas a usinas sucroalcooleiras. Neste estudo, a abundância deste parasito foi monitorada em usina no município de Nova Alvorada do Sul, MS. O monitoramento foi realizado de janeiro a dezembro de 2013 utilizando-se 60 armadilhas adesivas Alsynite em três ambientes: palhada de cana-de-açúcar com aplicação de vinhaça (PCV), palhada sem aplicação de vinhaça (PSV) e torta de filtro (TF). As armadilhas foram distribuídas a até 15 km da sede da usina e o material entomológico coletado semanalmente e encaminhado ao laboratório para identificação e contagem. Durante o estudo, 320.409 espécimes de S. calcitrans foram capturados, sendo 3.013 (0,94%) no período da entressafra de cana-de-açúcar (janeiro a meados de abril) e 317.396 (99,06%) no período de safra (meados de abril a dezembro). Na entressafra, a média de mosca-dos-estábulos por armadilha na PCV, PSV e TF foi 5,4; 1,5 e 3,5, respectivamente. Durante a safra observou-se um aumento expressivo na abundância de moscas por armadilha, particularmente na TF (259,2) e PCV (201,0), sendo menor na PSV (75,6). S. calcitrans foi capturada ao longo de todo o ano, com marcante aumento da abundância na TF quatro semanas após início da safra. Picos populacionais foram constatados em junho (PCV e PSV)/ julho (TF) e, apesar do aumento na abundância em setembro (nos três ambientes), a realização de queima profilática da palhada na usina evitou um potencial segundo pico em outubro/novembro. De modo geral, os picos populacionais observados neste estudo coincidiram com a ocorrência de surtos em fazendas da região. O exponencial aumento na abundância de S. calcitrans após o inicio da safra demonstra o elevado potencial de produção de mosca-dos-estábulos na usina, especialmente em PCV e TF, evidenciando a necessidade de manejo adequado destes subprodutos para a prevenção de surtos. |