A leishmaniose visceral (LV) é uma grave zoonose, transmitida pela picada do vetor Lutzomyia sp. O cão doméstico é a principal fonte de infecção para o vetor no ambiente urbano. Porém, infecções por Leishmania spp. em equinos foram relatadas em áreas endêmicas para as leishmanioses em diferentes regiões da América Latina, podendo esses animais estar desempenhando papel importante na epidemiologia dessa doença. São preconizados testes sorológicos como a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para a detecção dos soropositivos, porém ferramentas moleculares como a Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) são grandes aliadas na detecção das leishmanioses, por apresentar alta sensibilidade e especificidade. Dentre os diversos espécimes biológicos utilizados nesses testes, o suabe conjuntival (SC), é uma alternativa fácil, prática e não invasiva. A eficácia do SC foi recentemente testada e revelou ser de grande valia no diagnóstico da doença em cães. Sendo assim, o presente estudo verificou a ocorrência de Leishmania spp. em equinos de regiões endêmicas para LV: Ilha Soleira/SP, e não endêmicas: Bragança Paulista/SP e comprovou a eficácia da PCR realizada com amostras de SC nessa espécie. Foram avaliados 54 equinos (14 de Bragança Paulista e 40 de Ilha Solteira), com os primers genéricos 13A e 13B sendo observados 100% (54/54) de animais positivos na PCR de sangue. Na PCR de SC, apenas amostras provenientes de equinos de Ilha Solteira apresentaram positividade, na frequência de 90% (36/40). Também em Ilha Solteira, 2,5% (1/40) apresentou positividade na RIFI não sendo observados soropositivos em Bragança Paulista. Os resultados demonstram a presença de Leishmania spp. infectando equinos no Estado de São Paulo, e que o SC foi capaz de detectar equinos infectados. |