EFEITO REPELENTE DA CAFEÍNA E SOBRE O METABOLISMO DE ACHATINA FULICA (BOWDICH, 1822)
Autor(es): Fabiola Almeida Matos De Souza, Luana Cortez, Evelyn Durço, Jairo Pinheiro, Elisabeth Cristina de Almeida Bessa, Lidiane Cristina da Silva
EFEITO REPELENTE DA CAFEíNA E SOBRE O METABOLISMO DE ACHATINA FULICA (BOWDICH, 1822)
» Área de pesquisa: HELMINTOLOGIA
» Instituição: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
» Agência de fomento e patrocinadores: CAPES
O dano causado por espécies exóticas nos locais onde são introduzidas é objeto de diversos estudos. Prejuízos afetam desde a agricultura até o a saúde pública. Achatina fulica (Bowdich, 1822) foi trazida do continente africano e além de atuar como praga agrícola pode atuar na transmissão dos helmintos causadores da angiotrongilíase abdominal, angiostrongilíase meningoencefálica em humanos e da pneumonia felina. Com o intuito de controlar as populações de moluscos invasores, crescem em importância estudos de compostos derivados de plantas com ação biocida ou repelente, dentre os quais está a cafeína, produzida por diversas espécies de plantas inclusive mate, café e guaraná. O objetivo do presente trabalho foi verificar a atividade fagoinibidora da cafeína em A. fulica e seus efeitos no metabolismo do molusco através de análises bioquímicas. Para os experimentos, foram utilizados 60 moluscos imaturos sexualmente distribuídos em três tratamentos (cinco moluscos/grupo). Três concentrações de cafeína pura (Nuclear®) foram utilizadas (1%, 2,5% e 5%) e oferecidas juntamente com a ração. O consumo foi mensurado pesando-se a ração restante a cada 24 horas durante um período de 72 horas. Ao final do período de observação, amostras de hemolinfa foram coletadas para análise da concentração de proteínas totais, uréia e ácido úrico. Os resultados mostraram que a cafeína inibiu significativamente ao consumo de ração em relação ao grupo controle. A menor concentração de proteínas totais, ácido úrico e uréia foram observadas para moluscos que receberam 2,5 e 5% de cafeína. Esses resultados indicam que a cafeína inicialmente atua como fagoinibidor e causa distúrbios metabólicos nos moluscos. Esses efeitos são importantes, pois inviabilizam o alcance da maturidade sexual uma vez que as reservas de carboidratos utilizadas para a reprodução estarão esgotadas sendo as proteínas desviadas empregadas para assegurar sobrevivência dos moluscos e não a reprodução, impedindo a proliferação e aumento da população.