ANAIS 2014
DIOCTOPHYMA RENALE EM CAVIDADE ABDOMINAL DE CÃO SEM RAÇA DEFINIDA DO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA/RJ
Autor(es): Jean Gomes Pereira, Carolina de Albuquerque Correia, Maurício Portes Santos Sobrado Silva, José Maurício Tostes Alvim, Hugo José de Abreu Moreira, Luciano da Silva Alonso, Themis Moura Cardinot

DIOCTOPHYMA RENALE EM CAVIDADE ABDOMINAL DE CÃO SEM RAÇA DEFINIDA DO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA/RJ
» Área de pesquisa: HELMINTOLOGIA
» Instituição: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
» Agência de fomento e patrocinadores: Sem suporte financeiro
Dioctophyma renale é o maior nematódeo que parasita os rins de animais e humanos. O ciclo de vida envolve os hospedeiros intermediários: oligoquetas aquáticas, crustáceos e peixes; e, os hospedeiros definitivos: carnívoros com hábito alimentar pouco seletivo e humanos. Os ovos do D. renale, eliminados pela urina do hospedeiro definitivo, caem em rios e lagos. Os ovos são ingeridos pelas oligoquetas aquáticas, onde se desenvolvem as larvas primárias. Os peixes e crustáceos se alimentam dessas oligoquetas e adquirem essas larvas. O hospedeiro definitivo se contamina ao ingerir peixes e crustáceos com as larvas de D. renale. As larvas migram para os rins (preferencialmente o direito, pela proximidade ao duodeno), tornam-se adultas e reiniciam o ciclo. Esse trabalho relata um achado cirúrgico acidental de um espécime de D. renale livre na cavidade abdominal de uma cadela sem raça definida, errante, seis meses de idade, não esterilizada, procedente do campus sede da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Seropédica/RJ. A cadela apresentava quadro de anorexia, erupções cutâneas, hiperproteinemia, anemia normocítica normocrômica. Ela foi mantida em um canil para tratamento e semanas depois, mesmo mantendo quadro de anorexia foi submetida à histerectomia total. Durante a cirurgia foi encontrado um helminto solto na cavidade abdominal, identificado como pertencente ao gênero Dioctophyma. Ainda durante a cirurgia foi observado quadro de peritonite e de ascite. Após a recuperação da cirurgia, a cadela foi submetida a novos exames clínicos e ultrassonográficos para certificar a ausência do parasitismo e avaliar as estruturas anatomorfofuncionais dos rins e demais vísceras. Apresentando resultados normais e com melhora geral do quadro clínico inicial, a cadela foi encaminhada para adoção. O presente relato sugere que, apesar da ausência de sintomatologia clínica expressiva, não se deve descartar a hipótese de contaminação por D. renale, principalmente em animais com hábitos alimentares pouco saudáveis.