Está comprovada a elevação do status dos gatos nas residências, hoje muitos são membros da família. Diante deste novo panorama, aumenta a preocupação com o estado de saúde desse animal. Os gatos podem ser portadores de endoparasitas, que afetam a sua saúde e assim requerem atenção do médico veterinário para o diagnóstico, tratamento e informações ao cliente. Além disso alguns parasitas gastrointestinais de felinos podem infectar o ser humano, tendo papel zoonótico. Esse trabalho teve o objetivo de avaliar a prevalência de parasitas gastrointestinais em 38 felinos que vivem em dois abrigos residenciais, nos municípios de Canoinhas e Guaramirim, Santa Catarina, pelos métodos de Hoffmann, Pons e Janer, Willis-Mollay e Faust e colaboradores. Os dados foram avaliados pelos testes de 2 e mid-p exato e considerados significativos se p ≤ 0,05. A prevalência de parasitas gastrointestinais nestes animais foi de 44,73%, sendo 70% (14/20) no abrigo A e 16,7% (3/18) no B. Foi observado predomínio de parasitismo por Toxocara sp. (34,21%) nos dois abrigos. Ancylostoma sp e Dipylidium caninum foram detectados apenas no abrigo A. As fêmeas se apresentaram estatisticamente mais parasitadas com relação a Toxocara sp. (p=0,002) e a Ancylostoma sp. (p=0,038). Gatos com até um ano estavam mais parasitados pelo Toxocara sp. (p=0,006). Felinos do abrigo A apresentaram maiores percentuais de positividade nos exames de fezes. Essa diferença pode ser explicada principalmente em razão do maior tempo sem a administração de anti-helmíntico (há 12 meses; contra 6 meses no abrigo B), e ao fato dos gatos viverem soltos, com maior chance de contato com fontes ambientais de contaminação e com hospedeiros paratênicos. A alta prevalência de parasitas gastrointestinais nas populações avaliadas ressalta a importância de um maior controle parasitológico nesses animais, para proteção da saúde animal e humana.
Palavras-chave: Gatos. Parasitismo intestinal. Exames fecais. Zoonose. |