A ordem Trombidiformes compreende cinco famílias que parasitam répteis e/ou anfibios (Cloacaridae, Harpirhynchidae, Leeuwenhoekiidae, Pterygosomatidae, Trombiculidae). O presente trabalho teve como objetivo avaliar as espécies que ocorrem em répteis e anfíbios do estado de São Paulo, provenientes de 3 áreas com vegetação, clima e altitude diferentes. Os ácaros coletados dos hospedeiros foram fixados em álcool 100%, sendo, em parte, preparados para identificação por microscopia óptica e eletrônica de varredura, e em parte para estudos moleculares, utilizando os fragmentos dos genes 18S RNA ribossomal, 16S DNA mitocondrial e COI. O restante foi depositado na Coleção Acarológica do Instituto Butantan (IBSP). Os hospedeiros foram depositados na Coleção Herpetológica da mesma Instituição. A identificação taxonômica dos ácaros foi baseada nos tipos e material do acervo, em chaves dicotômicas e comparação de sequências gênicas. Foram vistoriados 326 animais (136 répteis - 29 espécies de 25 gêneros e 190 anfíbios -16 espécies de 13 gêneros), sendo que 32 espécimes (13 répteis e 19 anfíbios), representando 9,18%, estavam infestados. Nos répteis foram encontrados Geckobia hemidactyli (Pterygosomatidae) em Hemidactylus mabouia e ácaros de 2 espécies do gênero Ophioptes (Harpirhynchidae) em Crotalus durissus terrificus, Philodryas patagoniensis e Tomodon dorsatus. Em anfíbios foram achados pelo menos 2 espécies da família Trombiculidae dos gêneros Hannemania (em Leptodactylus latrans, Physalaemus spiniger e Fritzania fissilis), Fonsecia ewingi em Rhinella ornata, e Eutrombicula em Rhinella ictérica. Embora comum em lagartos do continente americano, G. hemidactyli está sendo registrada pela primeira vez no Brasil. Com exceção dos colubrideos (P. patagoniensis e T. dorsatus) todos os outros representam novos hospedeiros para as espécies de ácaros, no estado de São Paulo.
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