AÇÃO ACARICIDA IN VITRO DE TAGETES PATULA L. (ASTERACEAE) CONTRA RHIPICEPHALUS (BOOPHILUS) MICROPLUS
Autor(es): Flávio Augusto Sanches Politi, Rafaela Regina Fantatto, Rosemeire Cristina Linhari Rodrigues Pietro, Rodrigo Giglioti, Márcia Cristina de Sena Oliveira, Maysa Furlan, Ana Carolina de Souza Chagas |
O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus é um grande problema sanitário e causa enormes prejuízos à pecuária nacional. O uso intenso dos carrapaticidas comerciais levou à dispersão generalizada da resistência. Diversos trabalhos destacam o potencial repelente, inseticida e acaricida de Tagetes patula. Assim, o objetivo deste trabalho foi testar o óleo essencial e o extrato etanólico bruto obtidos de partes aéreas dessa espécie contra larvas e fêmeas ingurgitadas de R.(B.) microplus. Por cromatografia gasosa identificou-se como compostos majoritários do óleo: piperitenona (23.5%), piperitona (20.1%), terpinoleno (6.6%) e (Z)-tagetona (4.7%). O extrato é rico em flavonoides glicosilados e apresenta alguns tiofenos como α-tertienil. No Teste do Papel Impregnado foram utilizadas larvas entre 14 e 21 dias de idade, oriundas de fêmeas ingurgitadas coletadas na Embrapa Pecuária Sudeste. Aproximadamente 100 larvas foram colocadas entre papéis de filtro recém impregnados pelas soluções-teste. Os envelopes foram lacrados e acondicionados em incubadora, ocorrendo leitura após 24h. O óleo foi testado nas concentrações de 12,5, 6,25, 3,12, 1,56, 0,78, 0,39 e 0,19 mg/mL e o extrato etanólico a 100, 50, 25, 12,5, 6,25, 3,12 e 1,56 mg/mL. No Teste de Imersão de Adultos, foram utilizadas 10 fêmeas ingurgitadas/grupo, imersas durante 5 minutos nas soluções-teste. Tanto o óleo quanto o extrato etanólico foram testados a 50, 25, 12,5, 6,25, 3,12 e 1,56 mg/mL. Todos os testes foram feitos em triplicata, bem como os controles com Tween 80 (2%) e água destilada. Os resultados foram analisados via probit SAS. Nas duas primeiras concentrações o óleo eliminou 100% das larvas, demonstrando excelente potencial para o controle do parasita nesta fase (CL50 = 2,22 mg/mL (1,64-3,08) e CL90 = 7,55 mg/mL (5,02-14,73). Não foram encontrados resultados satisfatórios no teste contra fêmeas adultas. Ensaios de toxicidade deverão ser realizados, de modo a se investigar a segurança de seu uso em bovinos. |